O homem que transformou a educação em liberdade e a pedagogia em arte.
Considerado um dos mais revolucionários filósofos do mundo moderno e nomeado o Patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire é referência mundial quando se trata de pedagogia libertadora e inclusão social e política que baseia-se em ensino e oportunidades para todos. Formado e graduado na Faculdade de Direito de Recife em Pernambuco, cidade onde nasceu em 19 de setembro de 1921, começou suas atividades pedagógicas como professor de Língua Portuguesa no Colégio Oswaldo Cruz e também como diretor do Setor de Educação e Cultura do SESI (Serviço Social da Indústria) de 1947 a 1954, sendo também superintendente da mesma instituição de 1954 a 1957. Com a ajuda de vários outros educadores e filósofos, fundou o Instituto Capibaribe em 1955 na cidade de Recife onde até hoje está localizado. Esta instituição não tem fins lucrativos e visa educar e alfabetizar crianças e adolescentes afim de formar professores capacitados e integrar famílias e escolas, em uma proposta pedagógica de educação integral.
A filosofia de Paulo Freire foi apresentada pela primeira vez em 1958 em sua tese de concurso para a Universidade de Recife, e mais tarde, como professor de História e Filosofia da Educação da mesma Universidade.
Paulo Freire foi um homem corajoso por abordar em sua pedagogia de que a educação de qualidade precisa despertar um processo de conscientização e autonomia nas pessoas, para que assim, capacite o oprimido para a livre e total interpretação dos instrumentos de leitura e escrita, tornando-o um cidadão letrado e com opinião própria e garantindo assim a sua libertação de padrões, dogmas e crenças ditadas pela classe dominante e pelo capitalismo opressor.
Sua pedagogia causou tanto impacto no governo ditatorial que Freire acabou sendo um dos primeiros brasileiros perseguidos e exilados na Ditadura Militar.
Em 1969, Freire começou suas atividades pedagógicas como professor na Universidade de Harvard - NY (Estados Unidos), em estreita colaboração com numerosos grupos especializados em educação rural e urbana.
Durante os dez anos seguintes, assumiu o cargo de Consultor Especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra (Suíça). Durante este período, forneceu consultoria educacional junto a vários governos do Terceiro Mundo, principalmente na África. Em 1980, depois de 16 anos de exílio, Freire retornou ao Brasil para reaprender seu país e assim começou suas atividades lecionando na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e também na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Depois disso, passou a exercer pela primeira vez o cargo político de Secretário de Educação no Município de São Paulo em 1989 e durante seu mandato, fez um grande esforço na implementação de movimentos libertários de alfabetização, de revisão curricular e empenhou-se na recuperação salarial dos professores. Sua metodologia despertou o interesse de muitos educadores e governantes brasileiros e passou assim a ser muito utilizada no Brasil em campanhas de alfabetização, escolas e universidades.
Diante de tudo isso, Freire acabou sendo novamente perseguido pelo governo sendo acusado de contrariar a ordem instituída, sendo preso também depois do golpe militar de 1964. Depois de 72 dias de reclusão, foi convencido a deixar o Brasil, exilando-se primeiramente no Chile, onde, estando em um país de acordo com seus preceitos políticos e suas teses educacionais, desenvolveu durante 5 anos, trabalhos em programas de educação e alfabetização de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Sendo assim, sua primeira grande obra é publicada: "Pedagogia do Oprimido".
Sua vida pessoal baseou-se em senso de humor, dois amores e uma indignação constante contra todo tipo de injustiça que promovesse a exclusão social. Casou-se em 1944 com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos. Após a morte da esposa, casou-se novamente com uma ex-aluna, Ana Maria Araújo Freire.
Suas principais obras são: Educação como prática da liberdade (1967), Pedagogia do oprimido (1968), Cartas à Guiné-Bissau (1975), Pedagogia da esperança (1992) e À sombra desta mangueira (1995).
Paulo Freire foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa através de numerosas homenagens. Seu nome é motivo de orgulho e prestígio para a fundação de várias instituições espalhadas pelo mundo. É cidadão honorário de várias cidades do Brasil e do exterior, sendo também outorgado ao título de doutor Honoris Causa por vinte e sete universidades. Seus trabalhos educacionais receberam vários prêmios: "Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento (Bélgica, 1980); Prêmio UNESCO da Educação para a Paz (1986) e Prêmio Andres Belloda Organização dos Estados Americanos, como Educador dos Continentes (1992)". No dia 10 de abril de 1997, lançou seu último livro, intitulado Pedagogia da Autonomia. Faleceu um mês depois, em 2 de maio de 1997 em São Paulo, vítima de um infarto agudo do miocárdio.
Mesmo com tantos méritos, Paulo Freire foi duramente perseguido na trajetória de sua vida por defender os pobres e os oprimidos do sistema capitalista mundial, que não encontravam oportunidades para educarem-se e politizarem-se como cidadãos democráticos e terem assim capacidade para defenderem seus direitos e conseguirem seu lugar na sociedade.
Freire mostrou que o sistema de classes sempre foi opressor e que quando não há oportunidades para todos, sempre haverá guerras, discórdia e ódio por todos os lados.
Freire defendia a igualdade social e a educação para todos e defendia também o livre direito de escolha de ir e vir do cidadão como único tutor de suas próprias decisões e estilo de vida. Sua pedagogia permitia ao cidadão a capacidade de refletir e de dizer "não" a certas submissões do sistema capitalista e ainda lhe dava o direito de lutar pelos seus propósitos e sonhos de acordo com o que a democracia oferece e tudo isso ainda um grande desgosto para a classe dominante que é sustentada pelo proletariado. Para Freire, somente o acesso à educação pode libertar o cidadão das correntes do capitalismo opressor e do proletariado. Sua vida baseou-se em luta contra a corrupção e sua filosofia era que um povo sem educação era um povo sem cidadania e sem nacionalidade, seguindo assim as ideias do filósofo Karl Marx.
Paulo Freire é exemplo de inspiração e de justiça em todo o mundo! Hoje seu nome é referência em aulas e trabalhos de universidades e sua pedagogia faz parte de muitos governos espalhados em várias partes do mundo!
Paulo Freire, orgulho nacional!
Biografia: Ramon Ribeiro dos Santos
Faculdade de Letras das Faculdades Integradas Asmec - Ouro Fino MG
Referências: pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire
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