A Páscoa
...era uma celebração instituída por Deus no livro de Êxodo, capítulo 12, para os israelitas comemorarem sua libertação do Egito. A palavra "páscoa" significa, no original, "passar por cima".
Na noite em que seriam libertados Deus ordenou que cada família sacrificasse um cordeiro e passasse seu sangue nos batentes da porta da casa. Assim, quando o "anjo do Senhor" passasse sobre a terra do Egito para ferir os primogênitos dos egípcios, ele "passaria por cima" das casas assinaladas com sangue e livraria da morte aqueles cujas famílias tivessem crido na Palavra de Deus e sacrificado o cordeiro no lugar do filho mais velho.
Aquele cordeiro e aquele sangue servem para nós como sombras e figuras do verdadeiro Cordeiro de Deus, que derramou seu sangue na cruz para livrar do juízo eterno o pecador que crê na Palavra de Deus e em Cristo como Salvador. Uma vez que já temos o verdadeiro "Cordeiro pascal", não precisamos mais nos ocupar com AS SOMBRAS. Nossa Páscoa não é uma celebração; nossa Páscoa é uma Pessoa: "Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós" (1 Co 5:7).
A celebração da Páscoa por cristãos — uma tradição não encontrada na doutrina dos apóstolos — inventada quatrocentos anos depois de Cristo, bem como a proibição de determinados alimentos no período chamado de "Quaresma", não fazem qualquer sentido hoje. O mesmo vale para outras celebrações emprestadas do judaísmo ou mesmo aquelas criadas com base em episódios encontrados nos Evangelhos, como "Quarta Feira de Cinzas", "Domingo de Ramos", "Quaresma", "Sexta-feira Santa", "Pentecostes", "Finados", "Natal", "Cristo Rei" etc., além de datas em homenagem a mártires e cristãos da antiguidade, os chamados "santos".
"Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que SÃO SOMBRAS das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo." (Cl 2:16-17).
A Páscoa e todos os rituais ordenados na Lei dada a Moisés faziam parte do judaísmo, a única religião que Deus instituiu. Jesus e seus discípulos, nos Evangelhos, estavam inseridos no contexto da Lei e do judaísmo, por isso observavam as festas, sacrifícios e ofertas quando a Igreja nem sequer existia. Esta somente seria formada em Atos 2, mas mesmo assim a revelação do que ela significava só seria dada mais tarde a Paulo, depois de sua conversão. Para nós que somos cristãos, o Antigo Testamento e suas ordenanças e rituais servem de SOMBRAS ou figuras que mais tarde seriam concretizadas nos muitos aspectos de Cristo e sua obra.
Hoje seguimos a doutrina dos apóstolos dada à Igreja, que pode ser encontrada nas epístolas, portanto para nós existem apenas duas ordenanças: o batismo e a ceia do Senhor. O batismo você precisa apenas uma vez na vida; a Ceia deve celebrar a cada primeiro dia da semana, o dia que chamamos de "Domingo".
Mario Persona