Conheça o caminho para ser professor!
Imagine aos 22 anos de idade entrar numa sala de aula de uma universidade pela primeira vez. O nervosismo pode ser até normal. Afinal, há colegas desconhecidos, tudo é novidade e as expectativas nem sempre são correspondidas. Difícil? Agora imagine que você não entrou nessa sala pela primeira vez para ter aulas, mas sim para dar aulas. Pois foi o que fez Luís Mauro Sá Martino, jornalista e professor em mídia e comunicação da Faculdade Cásper Líbero. Ele iniciou oficialmente aos 22 anos sua carreira como professor, mas começou a descobrir seu dom para a docência ainda antes disso, dentro da própria instituição, quando era aluno. Ingressar na carreira acadêmica não é necessariamente o sonho somente de quem faz cursos de licenciatura. A questão é descobrir quando se têm afinidade e como se pode caminhar para uma carreira no campo da docência.
Enquanto cursava o terceiro ano do curso de jornalismo, Martino participou de um projeto de iniciação científica que aguçou seu interesse pelos estudos. Sua vontade de dar aulas foi desperta através do conselho de um professor que percebia nele um grande potencial. Além disso, surgiu a chance de substituir um professor de outra universidade durante uma semana. "Não sei se os alunos gostaram, mas eu gostei", brinca Martino. Formado como bacharel em jornalismo desde 1998, esta rápida experiência o encaminhou ao mestrado em setembro do ano seguinte, que foi o passe de entrada a sua primeira turma, conquistada em março de 2000.
Embora existam casos como o de Martino, eles não são o modo mais comum de se começar como professor no Ensino Superior, mas quem ainda não tem o diploma de pós-graduação e deseja se tornar professor não deve desanimar. Segundo números divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais), do MEC (Ministério da Educação), em 2006 havia no estado de São Paulo 75.267 professores. Destes, 8.443 lecionavam no Ensino Superior apenas com diploma de graduação. O número de docentes com especialização lato sensu era de 17.557, e com pós-graduação stricto sensu, 49.245.
Para quem já se decidiu pelo campo acadêmico, a coordenadora do curso de pedagogia, multimeios e informática educativa da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) Helena Storleder Côrtes explica que os processos para ingresso nas instituições são diferentes a depender se são públicas ou particulares. No entanto, cada vez mais se procura a especialização. Para ela, a formação acadêmica apóia-se num tripé, que envolve as seguintes características: o domínio na área do conhecimento; a experiência profissional naquela área; e o domínio didático-pedagógico.
O problema levantado por Helena é que dificilmente há profissionais que unam estas três características e geralmente é o terceiro pé que falta, o que cria uma queixa permanente. E para quem reconhece que não domina a didática, a coordenadora sugere que se encontrem alternativas. "O sujeito é o grande responsável por seu futuro profissional", resume ela, que diz que quem deseja obter prática, além de lecionar em cursinhos, colégio ou dar aulas particulares, pode cursar especialização para metodologia do ensino, ou até mesmo mestrado em algum curso de licenciatura.
Helena aponta barreiras também nas exigências ao Ensino Superior determinadas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que exige do professor que além de ministrar aulas, também seja pesquisador. Muitas vezes, este fato ocasiona deficiência no ensino, pois o professor não teria preparo adequado para lecionar por nunca ter dado aula e nem se preparado para tal atividade, já que nunca fez um curso de licenciatura.
Mas o processo de especialização em dar aulas não precisa começar logo depois do curso universitário. "O aluno pode se preocupar em participar de equipes de pesquisa e monitorias, pois a partir do momento que ele consegue isto, é possível conviver mais no meio acadêmico e desenvolver habilidades", afirma Marco Aurélio Bertolazzi, coordenador do curso de administração da UCS (Universidade de Caxias do Sul). Martino também apóia o contato com a pesquisa dentro da instituição de ensino, por mais que o aluno não venha a desempenhá-la futuramente. "A iniciação científica é tão importante quanto as disciplinas essenciais", garante Martino. Para ele, nem tudo o que o estudante aprende irá exercer, mas possui um valor importante. O professor usa o curso de jornalismo para exemplificar que por mais que se estude fotografia, rádio e televisão, não necessariamente o aluno vai atuar numa dessas áreas.
Estudante do terceiro ano de letras na USP (Universidade de São Paulo), Anna Karolina Miranda Oliveira optou por um curso de licenciatura por ter afinidade com a docência. Ela afirma que essa aptidão foi notada por ela durante as aulas, na época do cursinho. Mas Anna Karolina tem planos de lecionar no Ensino Superior e para isto se prepara desde a graduação. Ela participa de um projeto de iniciação científica e é estagiária do programa Scielo (Scientific Electronic Library Online), uma biblioteca virtual resultado de um projeto de pesquisa da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em parceria com a BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde).
"Faço iniciação científica justamente para descobrir que mestrado prefiro fazer", afirma Anna Karolina. Ela, ao contrário de Martino, não pretende iniciar a vida acadêmica direto no Ensino Superior. Antes, pretende lecionar em colégios, pois acredita que será muito jovem para se deparar com uma sala de graduação. A estudante admite que isso talvez a deixe acanhada por ter alunos mais velhos que ela.
Para o vice-presidente do conselho estadual de educação, João Cardoso Palma Filho, que também é professor do instituto de artes da Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), a experiência profissional é valida, mas varia muito de curso para curso. Na opinião de Palma Filho, a experiência prática e a realização de cursos fora da universidade não têm muita influência caso o docente lecione disciplinas estritamente teóricas. Mas para ele, quando se trata de cursos práticos a coisa muda e a conhecimento passa a pesar mais.
Para ilustrar seu raciocínio, o vice-presidente cita o exemplo de um médico que atua fora da universidade, ou um advogado que possui escritório próprio. De acordo com ele, essa vivência tornaria mais prático um curso ministrado por profissionais desse perfil. A solução pode ser como a escolhida por Martino, que mesmo tendo ingressado cedo na docência nunca deixou de atuar como jornalista. Martino conta que ter um pé no mercado faz com que seja possível unir prática profissional e a teoria associada a essa atividade, o que beneficia o trabalho elaborado dentro da sala de aula, o terceiro elemento desse tripé: domínio didático-pedagógico.
Redação: Oswaldo Franco
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