E Viva o SUS!

A crise do sistema de saúde causada pela pandemia conseguiu o impossível: mostrar que até políticos precisam do SUS. E viva a saúde pública.

Quem acompanha as redes sociais, com certeza já soube do episódio em que o vereador Aparecido Rodrigues teve que, segundo relato de uma moradora, apelar num estado de desespero à sua própria autoridade para passar na frente da comunidade local na fila de atendimento. E segundo o relato que circula nas redes, o ocorrido não foi nada pacífico.

Pouco depois, o vereador se manifestou nas redes, esclarecendo e justificando sua atitude nada admirável de passar um paciente na frente dos demais. Tratava-se de alguém em estado crítico que havia agendado sua consulta, mas que a mesma não foi protocolada pelos atendentes. O assunto parece ter sido esclarecido, mas a ocorrência comprovou e confirmou a tamanha importância e necessidade das políticas de saúde universal. Políticas essas que hoje democratizam o acesso aos serviços de saúde por meio de propostas de equidade e de valores como igualdade. São em momentos conflituosos como esse que vemos o quanto o SUS é indispensável e que mais cedo ou mais tarde, políticos também podem precisar dele.

São raros os momentos em que membros da privilegiada classe política se deparam com a falta de recursos, de profissionais e de investimentos e mais raros são ainda os momentos em que políticos vivem isso na pele. Uma carência que muitas vezes é ignorada pelos governantes por simplesmente não estarem lá, mas que a população em geral vive dia após dia.

E sim! A atual pandemia está escancarando o quanto nosso sistema de saúde está precário, contudo, ainda assim é indispensável. E o quanto são importantes os profissionais de saúde, que na atual crise em que vivemos, são considerados verdadeiros heróis na linha de frente.

Espera-se que o vereador, em toda essa turbulência, tenha tido êxito em conceder um bom tratamento a seu amigo, mas que principalmente, tenha enxergado e feito todos os gestores atuais enxergarem a carência que muitas vezes ignoram, passando a pautar políticas de saúde mais eficientes e efetivas. 

Há males que vem para o bem, literalmente.