Quando se trata de crise humanitária, patriotismo não entra em questão!
Cada um com o seu probrema? Não é assim que funciona um mundo civilizado!
Adotar as cores de outro país não significa que eu não esteja sofrendo pelas tragédias da minha nação, aliás, eu não consigo entender como alguém em sua sã consciência consegue pensar em xingamentos para incriminar a presidente Dilma diante de um acontecimento tão catastrófico que envolve aspectos sociais e crises humanitárias. Não! Não estou defendendo nossa corrupta presidente, mas defendo com toda a convicção o meu direito de prestar apoio e homenagem às dores que os cidadãos parisienses estão passando neste exato momento e que posso afirmar, atingiu de algum modo, a todos nós de qualquer lugar do mundo por se tratar de gente como a gente, que forma a cultura de nossa sociedade e civilização. O Estado Islâmico não é uma ameaça apenas à França, mas ao mundo inteiro e o fato de esta organização terrorista assumir com orgulho a autoria destes atentados nos submete com certeza a um medo e um alerta de nível global, já que nossas relações diplomáticas com a Europa e o maior alvo Estados Unidos da América são visíveis a estes que proclamam discursos de ódio à nossa cultura ocidental. Portanto, é meu problema sim e gostaria de ter todo o direito de me mostrar solidário neste momento de dor sem ser chamado de hipócrita.
A tragédia de Mariana em Minas Gerais, que acabou interrompendo e desligando o ciclo de vida do Rio Doce é algo que também nos submete à dor, mas sem querer desmerecer ninguém, o estado de medo, de alerta e de ameaça à paz mundial é algo que diz respeito neste momento somente a cidade de Paris, pois se trata de uma catástrofe social que pode dar fim à tolerância e à luta contra o preconceito e à xenofobia. Xenofobia esta que não deixo de presenciar em comentários moralistas e cheios de pretensão "politicamente correta" que prova que o Brasil está mesmo em uma crise moral, sempre com o modismo de querer ostentar sabedoria em prol de plantar o sentimento de culpa e inferioridade intelectual nos outros. O que aconteceu em Paris é injustificável e não há tragédia maior que cubra esta mancha social que hoje vive a humanidade. O Brasil é um país como todos os outros, que tem os seus problemas e as suas taxas de corrupção, mas diante deste ataque e declaração de guerra à humanidade, é justo que nosso país esqueça um pouco os seus problemas e se mostre solidário aos momentos de escuridão da França, assim como todos os outros países civilizados estão fazendo. O World Trade Center dos Estados Unidos em Nova York é uma memória aos milhares de mortos nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 e nestas noites, o novo monumento em homenagens a essas vítimas agora veste as cores da bandeira francesa em memória aos mortos parisienses, mostrando altruísmo, apoio, diplomacia e motivação para o fim das diferenças entre as nações e provando que estamos unidos por um só ideal, a paz. Para recordar, nos protestos de Junho de 2013, França, Estados Unidos, Alemanha, Portugal, entre outros, também se mostraram aliados ao fim da corrupção no Brasil para uma economia mundial mais equilibrada, afinal, estamos vivendo a globalização e hoje a vida não se resume mais apenas ao bairro que moramos. Vamos abrir nossas mentes e nosso coração aos que estão sofrendo lá fora!
Ao Cristo Redentor do Brasil, parabéns! Isso mostra que o Brasil é um país solidário, civilizado e em plena relação diplomática com o mundo, diferente de países em regime fechado como Coréia do Norte, China e Índia.
A tragédia de Mariana MG é um problema nacional, que não tem afetado o mundo inteiro, nem tem submetido a humanidade ao medo em escala global. Terrorismo é bem diferente de desastre natural. É claro que ambos são terríveis, em ambos envolvem vidas inocentes, mas que saibamos diferenciar a hora e a importância de cada um nestes momentos de infortúnio.
Mariana MG é um problema nacional que submete nosso país a um estado de maiores cuidados com nossa natureza, já o massacre em Paris pode nos atingir de uma forma econômica, diplomática e até mesmo governamental, pois nosso país está inserido junto à Europa e aos Estados Unidos nas relações internacionais de crise humanitária de imigrantes sírios.
Cada nação tem o seu problema, mas Paris agora é uma cidade de todos!
E eu faço questão de me tornar parisiense!
É claro que ninguém está feliz com a tragédia de Mariana MG, como poderia estar? Nosso maior desejo é que os desastres acabem e que o terrorismo chegue ao fim, para que possamos viver seguros neste mundo.
Mas não há como tirar a razão da mídia em focar-se agora nos ataques terroristas em Paris. Nossa mídia brasileira cumpre o seu papel e as mídias de todos os outros países fazem o mesmo. Agora, não é questão de patriotismo! É questão de liberdade!
Não é hipocrisia! É solidariedade!
Vejamos o Brasil como parte do mundo e não apenas como mais um país com os seus próprios problemas!
Hipocrisia mesmo é desmerecer uma tragédia em prol de outra, como se vidas fossem categorizadas por nação e com o objetivo de se autopromover através de campanhas políticas montadas em cima de vidas inocentes, com discursos de moralismo e status de "politicamente correto". Tem muita gente ainda ligando para "status social e político" e para isso não se mede esforços.
Usa-se até tragédias e terrorismos para ganhar fama e biografia com lindos discursos moralistas e cheios de razão!
Lutar por razão é um perigo para a paz! A gente precisa lutar mesmo é pela união para combater aqueles que se dizem ter razão, os terroristas!
Eu sou Paris e visto até a camisa da França se for necessário! Tudo pela paz mundial!
Já não acham que tem moralismo demais neste mundo? Já não chega de julgar quem tem razão?
Mais amor, menos razão!
Rezemos pelo mundo! Paris hoje é o mundo!
Texto: Ramon Ribeiro dos Santos