Muitas pessoas atribuem ao álcool qualidades benéficas, como remédio, como estimulante, como proporcionador de bem-estar, etc. Tudo isso é superstição. A influência excitante do álcool atua apenas por pouco tempo, enquanto o seu efeito debilitante, nocivo, permanece no organismo e se transmite à dependência.
As tristes histórias de famílias alcoólatras, as estatísticas policiais de crimes, os relatórios de companhias de Seguro de Vida, os resultados de exames médicos em empregados de fábricas, os dados fornecidos pelos hospitais, proclamam em alto tom os estragos causados pelo álcool.
O álcool, sob qualquer forma, enfraquece o corpo, tornando-o pouco resistente às doenças; apaga a memória; rebaixa o caráter; embrutece a inteligência e extingue os mais belos sentimentos.
O álcool é, sem dúvida, o maior inimigo da humanidade, pois, como nenhum outro fator, concorre para a degeneração da espécie humana.
O álcool destrói não apenas aqueles que dele fazem uso direto, mas também aos seus descendentes, que nascem deformados, doentes, epilépticos, dementes e criminosos.
Quantos lares são destruídos por efeito da embriaguez habitual? Quantas crianças são, pelo álcool, condenadas a contemplar em casa o tristíssimo quadro de um pai embriagado, que se comporta como um demônio, espancando a família e sacrificando, para satisfazer o vício, o salário com o qual deveria sustentar esposa e filhos! Quantos seres são condenados a arrastar uma vida miserável, doentia, por terem o organismo combalido pela degeneração alcoólica, como herança dos pais! Quantas e quantas vezes uma semi-embriaguez basta para ocasionar um assassino e produzir viúvas e orfãos!
Desmoronam-se lares construídos sob protestos de um amor eterno; repletam-se as prisões; abarrotam-se os hospitais; superlotam-se os manicômios; enche-se o mundo de miséria; e, apesar de tudo isso, a humanidade não desiste desse maldito veneno.
Redação: Professor Alfons Balbach
Livro: A Flora Nacional na Medicina Doméstica