As eleições se aproximam e com ela, uma tensão ainda maior; não entre os candidatos, mas sim entre os apoiadores. Os adesivos nos carros ficam mais evidentes. As postagens de apoio a determinado candidato aparecem com mais e mais frequência e os nomes dos concorrentes vão sendo os mais mencionados nas redes. Um fenômeno natural e já bem conhecido em eventos políticos como esse. Contudo, ao vermos a ascensão de um povo mais crítico com relação a política nacional, vemos também que pouca coisa mudou em se tratando de política local. Aqui, nomes e sobrenomes continuam valendo mais do que projetos e propostas de governo, e aquele dito “voto consciente”, que foi tão propagado nos movimentos populares que pediam uma “nova política”, perde novamente espaço para o populismo, os sorrisos e as promessas sedutoras com slogans chamativos.
Fora que o fundão eleitoral está aí, sancionado em 2 bilhões de dinheiro público, para campanhas políticas com prazo de validade, e que nada agregam para o futuro de um povo.
E é neste circo chamado “eleição” que vemos acusações entre candidatos, desinformação nas redes sociais, ataques à imprensa e um eleitorado tóxico que mina qualquer possibilidade de debate, proferindo acusações contra pessoas e comunidades que questionam “seu candidato”, “seu deus interior”.
Isso acaba deixando de lado aquilo que realmente importa: “propostas, ideias, projetos”, transformando algo tão sério como as eleições, que vão escolher o próximo governante que irá tomar decisões que afetarão nossas vidas, em algo banal e totalmente sem relevância.

Todo mundo perde com isso. Ouro Fino, com tanto potencial, perde com isso.
Parece que o brasileiro ainda não aprendeu. Parece que o voto consciente ainda é uma utopia.
Parece inclusive que Eleição e Copa do Mundo não deixaram de ser semelhantes.
Redação: Ramon Ribeiro