Infelizmente no Brasil o quadro ainda é esse! Se você quer estudar bem, com professores competentes e satisfeitos com seus salários e diplomas, prepare bem os bolsos. Se você quer que seu filho tenha uma boa carga de conhecimento, de argumentos e de respeito por suas opiniões, não tenha pena de seu bolso. As escolas particulares fazem o seu papel importante na sociedade brasileira, elas ensinam, instruem, formam opinião, motivam o aluno a estudar, abrem em sua mente um leque de oportunidades que ele pode conseguir com seus estudos, mas acima de tudo, essas escolas despertam a ambição no adolescente bem cedo, quando vêmos, para nossa surpresa, o aluno está estudando, de cara nos livros, dia e noite, noite e dia por vontade própria, ficamos até surpresos, assustados, era um interesse que não existia antes. Essa vontade e esse gosto pelos estudos foi plantado com uma única semente, a semente da ambição. Em escolas particulares, desperta-se um senso-crítico aguçado nos alunos, além também de despertar o desejo de abraçar o mundo e conquistar luxo, dinheiro e status-social, ou seja, o desejo pelo poder é incalculável, ainda mais em um jovem que tem o ego sempre a ponto de explodir. O mundo é apresentado ao jovem em sala de aula como sua maior conquista e sua maior dignidade e felicidade, abordando todos os seus prazeres e despertando no aluno até um certo tipo de preconceito e desprezo pelas classes menos favorecidas e que são chamadas de gente do povo, mais abertamente como ignorantes. Os alunos são ensinados a desprezar essas classes como uma forma de incentivo para conquistarem o que querem em um mundo mais desenvolvido e em uma sociedade mais avançada do que a nossa. Não há como negar, existe preconceito no mundo pago.
Como já dizia o sociólogo Jean Jacques Rosseau: o motivo dos conflitos não são as pessoas em si, mas as coisas materiais. É exatamente o materialismo que desperta o preconceito de classes sociais e porquê não também, o direito à educação? Enquanto o Brasil passa pela maior crise da sua história, uma pequena minoria lucra com o aumento da desigualdade social. Na mentalidade auto-crítica do "cada um por si, Deus por todos", o cidadão se torna cada vez mais fraco e obrigado a pagar pelos seus próprios direitos, como planos de saúde, alimentação e finalmente, educação, algo que só uma pequena minoria pode pagar, enquanto os grandes empresários dos sistemas de ensino, só lucram. Vendem-se privilégios para acumular riquezas. Escolas públicas não cobrem todas as exigências que se precisa para um exame de ENEM, que não é só conhecimento. É preciso despertar no aluno: motivação, senso-crítico, raciocínio, maturidade, descoberta de sua vocação e o conhecimento de um mundo de possibilidades. Isso, escolas públicas brasileiras não fazem. São apenas preocupadas em passar os alunos de ano e por fim, os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem. Não! A culpa não é dos alunos, a culpa é do ensino manco e deficiente do Brasil. O maior prazer de uma criança é descobrir o mundo e isso não é diferente em uma adolescente que por sinal, hoje se encontra sem rumo, sem objetivo e sem razão de viver. O fato não é o jovem que não gosta de estudar e sim, a educação brasileira que desanima o jovem. É tão ruim que ele, sem análise do fato, julga de cara o ato de estudar um exercício chato e tediante. Apenas mais uma obrigação comparada a ter que levar o lixo na rua. O jovem gosta de estudar e deseja estudar, mas estudar bem! De nada adianta mandar o jovem sentar na cadeira e ler um livro inteiro, mandar é muito fácil! Falar: "FAÇA" é muito fácil, ainda mais quando não é você que precisa fazer. Diante dessa ordem, o jovem sempre vai enxergar o estudo como uma coisa chata. Pais e professores, não é assim que se educa. Quem não gosta ou não consegue estudar é porquê não teve motivação ou porquê não teve oportunidade na vida. Não chame essa pessoa de "Burra". O ser humano nasce com desejo de aprender, mas esse desejo precisa ser despertado e aperfeiçoado, motivando-o. Ninguém é burro, ninguém é mais do que ninguém. Se essa pessoa sabe menos, é porquê tem menos dinheiro do que aquela que sabe mais. Dinheiro e conhecimento são a mesma coisa no Brasil. Não substime um pobre de favela se ele conseguir uma bolsa em uma escola particular, ele pode te surpreender.
Redação: Ramon Ribeiro
Equipe Bem Estar Ouro Fino