Numa época em que as redes sociais ditam muito mais quem somos do que nós mesmos, temos nos empenhado muito mais na auto promoção e na auto imagem, inflando o próprio ego, insaciável, e permanecendo indiferentes ao coletivo, delegando sempre a outros a tarefa de consciencialização, de cooperação mútua e de solidariedade conjunta.
Passamos a ler o mundo e as pessoas segundo nossas próprias convicções, valores e crenças e sem querer, passamos a acreditar que o mundo gira em torno de nosso umbigo e que se o mundo e a sociedade não segue o seu padrão de vida, estão errados.
A verdade é que existem milhões e milhões de pessoas além de nós, cada uma com suas lutas, seus projetos e seu tempo. Cada pessoa e ser humano é um mundo diferente, com prioridades diferentes e um tempo diferente e interpretá-las segundo nossas convicções é um equívoco. Ao invés disso, estender a mão, saber ouvir, emprestar um ombro pode ser muito mais produtivo e acima de tudo, pode nos transformar em versões melhores de nós mesmos.
O quanto temos praticado nossa empatia?
O quanto temos parado para ouvir alguém com uma perspectiva de mundo diferente da nossa?
Será que temos pensado mais em nós mesmos ou no coletivo?
Não é uma questão política. É uma questão humana!
As pessoas não são iguais e muito menos tem lutas e percepções de vida iguais.
Esta pandemia é uma chance de trabalhar o coletivo, de ajudar, de ouvir e acima de tudo, de sair da caixinha.

De Ramon Ribeiro