"Governo não é o povo e governo não é cultura".
Toda nação é um mundo diferente com sua própria cultura, costumes, música, culinária, arte, belezas naturais e povo com suas singularidades. E cada nação por sua vez, sofre de altos e baixos na política, pois a política geralmente é exercida por indivíduos que pouco ou nada se importam com o bem comum e com o que é justo e correto, exceto em seus discursos midiáticos quando estão em busca de popularidade e votos.
É fato que a política, seja qual for sua linha ideológica e partidária, sempre foi instrumento de subversão da ética, da moral e da própria existência de uma população inteira que vive sob a governança de suas autoridades, eleitas diretamente ou não e quando a política de um país se expande a ponto de interferir nas relações internacionais de forma intensa, dado claro ao seu poderio militar e riquezas naturais, o país passa a ser não mais visto como um povo, mas como um Estado poderoso que é temido e ao mesmo tempo venerado. Este é o caso por exemplo de países com enorme relevância internacional, como Estados Unidos, China e claro, Rússia.
Os Estados tendem sempre a buscar crescimento, expansão e mais poder, e com a Rússia, isso não é diferente. Em seu período soviético, tentou conquistar o máximo de território que conseguira e buscou espalhar sua doutrina mundo afora e nesta empreitada, muitos crimes contra a humanidade foram cometidos. E ainda hoje, mesmo sob um regime dito democrático, sua política, tanto interna quanto externa, possui registros de violações à liberdade e a possíveis ameaças à soberania de nações independentes, a segurança do Ocidente e até a paz mundial. E isso acaba tornando a Rússia um país alvo de muitas críticas.
Embora sejam justas as críticas a política de um determinado país, quem acaba sofrendo mais com a repulsa e desprezo dos povos mundo afora nem é muito o próprio governante em si, mas o cidadão nascido e criado neste determinado país.
É difícil e desafiador, mas é necessário saber separar a cultura, os costumes e o próprio povo da política que vigora em seu país, por mais execrável que esta política seja. O cidadão, muitas vezes, possui na política, apenas o papel de eleitor, sem saber na maioria das vezes em quem de fato está votando para lhe representar e erros assim acontecem sempre em todas as nações.

A youtuber Lisa (Sonhei Que Estava na Rússia), russa natural da Sibéria, mudou-se para o Brasil recentemente e exerce trabalhos de linguista e professora do idioma russo. Em seu canal, ela apresenta a cultura russa e dá aulas do idioma para brasileiros, além também de destacar curiosidades e todas as qualidades culturais e artísticas de seu país.
Casada com brasileiro, Lisa se diz apaixonada pelo Brasil e expressa enorme gratidão pela hospitalidade e recepção dos brasileiros.
Mas sua vida e identidade foi totalmente abalada com os últimos acontecimentos desta última semana. Com a invasão russa à Ucrânia, ordenada pelo presidente Vladimir Putin, Lisa gravou um vídeo na primeira manhã da invasão extremamente abalada e triste com a notícia, dizendo estar sendo muito difícil ser russa e desabafando que nunca foi realmente fácil pertencer a esta nacionalidade devido à xenofobia que já viveu. Ela também diz que é um desafio muito grande separar a cultura de um país de sua própria política, mas que considera uma obrigação mostrar ao mundo que seu povo é bom e caloroso e que sua cultura é linda.
"Acordei de madrugada e não conseguia dormir mais. Senti uma necessidade para falar com vocês. Organizei os meus pensamentos escrevendo o que vou dizer no telefone e gravei logo que acordei. Não estou fazendo uma análise, apenas compartilhando o que eu estou sentindo. Agradeço a todos que me mandaram mensagens de carinho e de apoio.
Eu sou contra guerra, sob qualquer pretexto, por qualquer motivo." Declarou Lisa.
A youtuber conta que parou com conteúdos no YouTube por não conseguir pensar direito por conta dos acontecimentos e agradece aos seus inscritos pela mensagem de apoio e carinho que tem recebido.
A youtuber russa presta solidariedade ao povo da Ucrânia.
Assista ao vídeo!
Redação Bem Estar Ouro Fino